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Entre desabafos e reflexões, brasileiros comentam sobre altos e baixos em dia intenso no Rio Open


Paranaense Thiago Wild lamenta derrota no Rio Open
Foto: João Pires/Fotojump

Em uma jornada que se estendeu do início da tarde até a madrugada no Jockey Club Brasileiro, os tenistas brasileiros viveram uma montanha-russa de emoções na primeira rodada do Rio Open 2025. Entre desabafos sinceros, autocríticas contundentes e uma celebração solitária, o quarteto nacional desnudou os bastidores de um dia que terminou com apenas uma vitória para o Brasil em quatro confrontos.


Thiago Monteiro, único brazuca vitorioso do dia, quebrou um jejum de sete meses ao superar Facundo Diaz Acosta em 2h38 de partida. "Mais uma noite mágica aqui. Sabia que seria uma batalha contra um jogador extremamente sólido, mas fui mentalmente firme para aproveitar as brechas", revelou o cearense, que protagonizou um momento inusitado durante a partida. "Desde o segundo set, tinha um cara falando que ele estava cansado, mas no final eu pedi para ele calar a boca. Depois até pedi desculpas, mas na hora tinha que focar nas minhas coisas."


O canhoto só percebeu o real desgaste do adversário nos momentos finais: "Só vi que ele estava cansado no 5/6 do terceiro set, quando fiz um saque, ele não reagiu e foi mancando para a toalha. Antes disso, já o via encurtando um pouco mais os pontos."


Na outra ponta do espectro emocional, Thiago Wild não escondeu a frustração após levar um 'pneu' no set decisivo contra Jaume Munar. "Estou bastante triste com meu desempenho hoje, a maneira como eu joguei não é como eu vinha treinando. Sendo bem franco, eu fiz uns 70% dos pontos para ele", admitiu o paranaense, que fez uma análise detalhada da derrota.


"Ali no final foi mais mérito dele do que qualquer outra coisa. Meu desempenho até chegar no 4/0 foi bem abaixo", observou Wild, acrescentando: "Munar apresentou o mesmo que faz o ano todo: é um cara sólido que vai fazer o adversário jogar uma bola mais o tempo todo." O brasileiro ainda lamentou a oportunidade perdida: "É um torneio que a gente espera o ano inteiro para jogar, porque temos poucas oportunidades de jogar no Brasil e a torcida conta muito, empurra bastante a gente."


Felipe Meligeni, que havia sido o primeiro brasileiro a entrar em quadra, foi implacável em sua autocrítica após perder para Alexander Shevchenko: "Não consegui jogar bem devolvendo, não consegui jogar bem taticamente, meu saque não funcionou quase nada. O cara ficou confortável o jogo inteiro e foi mais sólido na maioria dos pontos."


O paulista detalhou suas dificuldades: "O primeiro set foi relativamente ok, não joguei muito mal, mas as chances que eu tive não soube aproveitar. Ele sacou super bem e isso foi um diferencial no jogo." Ainda vivo nas duplas com Orlando Luz, Meligeni confessou: "Não estou com muita cabeça depois de um jogo bem ruim da minha parte. Vamos tentar fazer o melhor possível, pegamos dois caras duros na primeira rodada."


Após mais de três horas de batalha, Gustavo Heide viu o cansaço cobrar seu preço contra Francisco Comesana. "Foi um jogo muito duro, muito jogado e com muita troca de bola. No final acabei pecando no físico, no início do terceiro set cansei um pouquinho e tive um pouco de cãibra", detalhou o jovem brasileiro. "Ele é um cara que vende muito caro todos os jogos. Consegui fazer um bom jogo, em um nível bem alto. Agora é tentar tirar os pontos positivos, melhorar fisicamente e seguir em frente."


Entre as reflexões mais profundas do dia, Monteiro trouxe uma perspectiva madura sobre seu momento: "Tive derrotas apertadas e isso afeta, mas é melhor do que perder feio. Sigo treinando e trabalhando para evoluir meu jogo, sinto que estou num bom nível, mas ainda tenho muitas coisas para melhorar. Estou amadurecendo e evoluindo em muitos quesitos de meu jogo."


O cearense também comentou sobre a novidade tecnológica do torneio, que substituiu os juízes de linha pela marcação eletrônica: "Acho que a tendência é essa, cada vez vai vindo essa tecnologia. Esses ajustes fazem parte da inovação, acredito que não haja tanta diferença e que seja mais preciso."


Com apenas uma vitória em quatro jogos, o tênis brasileiro agora deposita suas esperanças em João Fonseca, que estreia na noite de terça-feira contra o francês Alexandre Muller, enquanto Monteiro encara Chun-Hsin Tseng, que eliminou o terceiro favorito Alejandro Tabilo.

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