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Andy Murray: o adeus de um ícone do tênis mundial

A carreira espetacular do tenista escocês Andy Murray chegou ao fim após uma atuação quase impecável dos norte-americanos Taylor Fritz e Tommy Paul. Murray, ao lado de seu parceiro Daniel Evans, foi superado nas quartas de final das duplas nos Jogos Olímpicos de Paris, com parciais de 6/2 e 6/4. Antes de ir a Paris, Murray já havia anunciado que esta seria sua última competição, optando por jogar apenas nas duplas devido a suas condições físicas.


"Se eu voltasse no começo da minha carreira, quando comecei a jogar lá na Escócia, eu não me imaginaria aqui tendo conquistado tudo o que conquistei. Foi incrível alcançar coisas tão grandes no esporte, foi uma jornada incrível que vai me ajudar muito no que farei daqui para frente. O tênis me ensinou muitas coisas", afirmou Murray.


Dono de três títulos de Grand Slam e bicampeão olímpico, o escocês Andy Murray encerra sua brilhante carreira nos Jogos Olímpicos de Paris.
O escocês Andy Murray encerra sua brilhante carreira nos Jogos Olímpicos de Paris.

A Carreira de Andy Murray


Início e Ascensão


Nascido em Glasgow em 15 de maio de 1987, Andy Murray cresceu em Dunblane e começou no tênis sob a orientação de sua mãe, Judy Murray, e de Leon Smith. Ele treinou na Academia Sanchez-Casal em Barcelona e, na fase juvenil, venceu o US Open em 2004. Murray se profissionalizou em 2005 e conquistou seu primeiro título de ATP em 2006, em San Jose, Califórnia.


Conquistas e Títulos


Murray construiu uma carreira de respeito, conquistando 46 títulos de ATP, incluindo 14 de Masters 1000, o ATP Finals de 2016 e três troféus de Grand Slam: dois em Wimbledon e um no US Open. Ele também liderou a Grã-Bretanha na conquista da Copa Davis em 2015, após 79 anos de jejum. Em reconhecimento aos seus feitos, foi condecorado com a medalha da Ordem do Império Britânico e nomeado cavaleiro pelo Príncipe Charles em 2019.


Coube ao escocês recuperar a honra britânica em Wimbledon e, com isso, conquistou de vez o amor da nação e foi condecorado com a medalha da Ordem do Império Britânico pelo Príncipe William, em 17 de outubro de 2013.


Colegas da ATP e WTA celebram a carreira de Murray



Desafios e Superações


Desde 2017, Murray lutou contra problemas nas costas e dores no quadril, que culminaram em duas cirurgias. Apesar das dificuldades, ele continuou competindo e obteve vitórias notáveis contra jogadores de alto nível. No entanto, as lesões afetaram significativamente seu desempenho, e ele nunca mais conseguiu retomar o alto nível que o levou ao topo do ranking mundial.


"Fisicamente tem sido muito difícil, tenho enfrentado dores. Consegui entrar em quadra para competir neste nível, cheguei perto de ganhar uma medalha, mas a dor e o desconforto no meu corpo não são bons. Por isso estou feliz de ter terminado, pois se continuasse tentando eventualmente eu acabaria com uma lesão que encerraria minha carreira. Foi o momento certo", destacou o escocês.


A Última Competição


Jogos Olímpicos de Paris


Na sua última competição, Murray optou por jogar nas duplas ao lado de Daniel Evans. Apesar de uma campanha dramática, salvando sete match-points em duas rodadas, eles foram eliminados nas quartas de final pelos norte-americanos Fritz e Paul. Murray expressou sua satisfação por ter competido em alto nível até o fim, apesar das dores e desconfortos físicos.


"Por um set e meio nós não jogamos bem. Não acho que fizemos nossa melhor partida no final, mas achamos alguma coisa", analisou o britânico. "É uma pena porque se tivéssemos começado melhor seria bem mais difícil pra eles, não dá para garantir que venceríamos. Foi uma boa campanha, meu torneio final. Não terminou como gostaria, seria incrível poder vencer uma medalha, mas estou bem."


Reflexões e Legado


Murray refletiu sobre sua carreira com orgulho, destacando a luta e a resiliência que demonstrou até o fim. Ele deixou a definição de seu legado para o público, mas enfatizou que estava feliz com tudo o que alcançou. "Vocês e o público que vão definir isso, não sei. Estou orgulhoso por minha carreira, por tudo que consegui alcançar e me doei bastante fisicamente."


Vida Pessoal e Futuro


Família e Planos


Murray é casado com Kim Sears desde 2015 e tem quatro filhos: Sophia, Edie, Teddy e Lola. Ele expressou o desejo de passar mais tempo com sua família e cuidar do corpo para poder brincar com seus filhos. Sobre o futuro, Murray não descartou a possibilidade de trabalhar como comentarista, mas afirmou que, por enquanto, pretende se afastar do esporte e explorar suas opções.


"Vocês (da imprensa) são amáveis, mas não sei o que vou fazer. Nunca fui bom em inglês na escola, por isso escrever não é a minha praia. Não sei o que vou fazer a seguir", começou o bicampeão olímpico. "Não acho que vou comentar, não me vejo fazendo isso, mas nunca se sabe. Acho que vou ficar afastado do esporte por uns meses e ver quais são minhas opções. Se não vier nada, ficar em casa com minha família está bom, é isso que vou fazer neste momento, mas não acho que irei para o jornalismo."


Apoio ao Tênis Feminino


Murray sempre foi um forte apoiador do tênis feminino e defensor da igualdade de premiações entre homens e mulheres no circuito. Sua postura foi amplamente elogiada por jogadoras como Serena e Venus Williams, e pela fundadora da WTA, Billie Jean King.


"Guardo um lugar especial no meu coração para você porque sempre falou em prol das mulheres e defendeu tudo o que merecemos. As coisas que você disse sobre mim e Venus e como as mulheres serviram de inspiração para você, sempre serão lembradas por mim. Vou sempre lembrar do apoio que você deu às mulheres", disse Serena Williams em uma mensagem em vídeo.


Agradecimentos e Despedida


Em sua despedida, Murray agradeceu aos fãs pelo apoio incondicional ao longo de sua carreira. "Agradeço muito a todo o apoio, definitivamente senti bastante isso, principalmente nos últimos anos. Quando as coisas não iam bem em quadra o apoio era enorme. Em todo o mundo, muita gente torceu por mim nos torneios que disputei e só posso agradecer imensamente por terem passado por essa jornada", disse Murray.


Andy Murray se despede do tênis como um dos maiores nomes do esporte, deixando um legado de conquistas, resiliência e apoio à igualdade de gênero. Sua jornada inspiradora continuará a influenciar futuras gerações de tenistas e fãs ao redor do mundo.


ATP parabeniza Murray pela estupenda carreira



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